A procura por um
atendimento diferenciado, fora do ambiente escolar, fez surgir um profissional
que conseguisse responder pelos problemas vinculados ao aprendizado e as
necessidades individuais do sujeito, a Psicopedagogia Clínica.
O psicopedagogo
clínico analisa o sujeito no seu individual, isto é, não trabalha com o
coletivo. Por meio de análise, busca encontrar um sentido para o não aprender
deste sujeito, podendo ser emocional, social ou afetivo.
Para Bossa
(1994, p.73), o sujeito pode não aprender por vários motivos:
uma escola inadequada, a separação dos pais, o nascimento de um
irmão, uma doença na família, a morte de um animalzinho de estimação e muitas
outras ocorrências traumáticas que, não elaboradas pelo sujeito, podiam comprometer
o seu processo de aprendizagem.
O psicopedagogo
que trabalha na clínica precisa estar capacitado para atender o sujeito na sua
relação pessoal como social, isto é, com pensa, age, como foi o seu histórico
de vida e como este está inserido na sociedade.
Na clínica, o
profissional atua como terapeuta, pois é na escuta atenta da palavra do
paciente, buscando compreender o seu “sofrimento”, que ele irá recriar seu
espaço de volta. Entretanto, esta escuta é imparcial, não há preconceitos,
julgamentos ou depreciações.
O psicopedagogo
clínico parte além do relato do sujeito, dos relatos dos familiares, dos
membros da escola e outros que se fizerem necessários, desde que fazem parte da
sua história.
Nesta atuação, o psicopedagogo clínico não
está só, de acordo com Beyer (2007,p.5) o
psicopedagogo não trabalha sozinho, dependendo de parcerias com profissionais
de outras áreas como: a Psicologia, a Neurologia, a Medicina e quais outras se
fizerem necessárias pra o caso a ser atendido.
Bossa (1994,
p.74) salienta que o psicopedagogo busca não só compreender o porquê de o sujeito não aprender algumas
coisas, mas o que ele pode aprender e
como. Este processo se dá no
diagnóstico, o qual o profissional fica a par da realidade do sujeito, depois
ele procede com a intervenção, isto é, mecanismos que possam ajudar na
compreensão e entendimento da dificuldade de aprendizagem.
Cabe ressaltar,
que o psicopedagogo que atua em clínica não pode dar diagnóstico, ele apenas
atua na reeducação dos conhecimentos deste sujeito, buscando método para a
professora de sala trabalhar, jogos lúdicos que expressam suas dificuldades,
situações em que o sujeito demonstra suas impossibilidades.
É interessante
salientar que
além de entrevistas, anamnese, o psicopedagogo utiliza também provas
psicomotoras, provas de linguagem, provas de nível mental, provas pedagógicas,
provas de percepção, provas projetivas e outras, conforme o referencial teórico
que o profissional abordar. (BOSSA, 1994, p. 76)
É a partir
destes instrumentos que o psicopedagogo intervirá para sanar os problemas de
dificuldade de aprendizagem.
Este
profissional tão procurado nos dias atuais por ser fora do espaço escolar e
sendo outra alternativa de atendimento individualizado é de suma importância
para a reeducação do sujeito, pois busca por meio de instrumentos escutar,
identificar e tratar a dificuldade que impede o sucesso do sujeito dentro do
convívio social, escolar e afetivo.